Entrevistamos Diego Ras, desenvolvedor do jogo Raccoo Venture

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O Indie Brasileiro Raccoo Venture foi lançado a pouco tempo e já vem se tornando um dos jogos de plataformas mais divertidos de todos os tempos, e o mais incrível disso, é que o título foi criado e desenvolvido por uma única pessoa.

O paulista Diego Ras de 39 anos, é o único responsável por todo desenvolvimento do projeto que trouxe a vida o querido herói “guaxininho“, e é claro, nossa equipe conversou com o desenvolvedor sobre o conceito do jogo, planos para o futuro, e é claro, a importância do investimento no cenário brasileiro para desenvolvedores independentes.

– Como surgiu a ideia do jogo?
Nos últimos anos eu comecei a sentir falta dos jogos que eu gostava de jogar na minha infância e adolescência, na época do Nintendo 64, Playstation 1, quando os primeiros jogos 3D começaram a surgir. A sensação que eu tinha é de que eu procurava, procurava, mas não encontrava nenhum título que suprisse essa vontade. Nessa mesma época eu estava alimentando um desejo de arriscar e criar um jogo comercial. Foi então que resolvei unir as duas ideias e começar a desenvolver um jogo que pudesse me trazer de volta aquela nostalgia e a diversão que os jogos dos anos 90 proporcionavam.

– Qual foi sua maior inspiração para criar Raccoo Venture?
Minha maior inspiração com certeza foi a franquia Mario. Desde o Mario 64, até o Mario 3D World, do qual e inspirei de várias formas. Porém existem outras grandes influências como Zelda Ocarina of Time, Banjo & Kazooie, Crash Bandicoot, Gex: Enter the Gecko, Conker Bad Fur Day e por aí vai. São todos jogos quais eu adorava jogar e tenho ótimas lembranças afetivas.

– Qual a maior dificuldade que você encontrou durante desenvolvimento?
Acredito que a maior dificuldade, não só minha mas de todos os outros desenvolvedores indies brasileiros, é a questão financeira. Como organizar, como suprir as necessidades do dia-a-dia e como vai ficar aquele boleto do mês que vem. Infelizmente essa é uma realidade hoje, que muitas vezes nos leva a soluções como trabalhar em horários atípicos, fazer vários freelas para complementar renda, entre outras. Porém, em paralelo a isso, existem os desafios criativos de level design, criação de puzzles, etc. Durante o desenvolvimento de Raccoo Venture, procurei me dedicar muito à questão do level design para manter o jogador dentro do fluxo da fase de forma natural e que em momento algum o jogador tivesse aquela sensação “estar perdido”.


– Como foi criar Raccoo, personagem principal do jogo?
No início do projeto eu tinha em mente que o personagem principal deveria ser um mascote fofinho. Então fui passando por opções como gatinhos, cachorros, esquilos e até mesmo elefantes. Mas durante uma pesquisa sobre animais exóticos encontrei o guaxinim, que me chamou muito a atenção devido ao desenho de máscara que ele tinha ao redor dos olhos e da pelagem muito característica de seu corpo. E também não haviam muitas obras que traziam um guaxinim como protagonista. Foi aí que decidi que o jogo seria sobre a aventura de um guaxinim.

– Você pensa em uma sequência para Raccoo Venture?
Uma sequência envolve muitos fatores diferentes, entre eles a recepção do público. Acredito que no momento é um pouco cedo para falar sobre uma sequência, por enquanto estou coletando o feedback da comunidade, entendendo como está sendo a aceitação dos jogadores à proposta de gameplay de Raccoo Venture para depois tirar alguma conclusão, se seria viável uma sequência, um jogo diferente mas no mesmo universo de Raccoo Venture ou então uma ideia completamente nova.

– Qual o recurso do jogo que você mais curtiu desenvolver?
Um dos pontos que mais me diverti criando foram as skins. Acho até que me empolguei demais! São quase 40 skins diferentes no jogo, contanto as skins que são encontradas nas fases, as compradas na loja e as resgatadas por código. Toda skin tem algum motivo para estar dentro do jogo, seja ela um filme de uma franquia que eu goste, um personagem de jogo, uma figura da cultura pop etc. Então para quem gosta de segredos, Easter Eggs e referências, Raccoo Venture é um prato cheio.

– Um modo Coop? Isso seria possível?
Este é um recurso que muitas pessoas têm pedido, porém nesta versão atual de Raccoo Venture infelizmente não seria possível. Todo o Game Design, os puzzles e mecânicas foram pensados para funcionarem em modo single player. Por isso decidi manter da forma em que foi planejado invés de arriscar uma grande mudança como esta, que poderia arruinar toda a experiência que havia sido planejada desde o início do projeto. Quem sabe num próximo projeto esta opção esteja incluída.

– Existem planos para DLCs?
No momento não. A ideia é manter o suporte ao jogo corrigindo eventuais problemas e aprimorando alguns aspectos que possam melhorar a experiência do jogador. Quem sabe até incluir mais algumas skins extras num futuro? (risos)

– Como é desenvolver um jogo no Brasil?
Apesar de ser um dos maiores consumidores de jogos do mundo, o mercado brasileiro ainda está aprendendo a lidar com a ideia de desenvolver jogos. O que temos atualmente é uma gama gigantesca de excelentes artistas e game designers se virando do jeito que podem para finalizar seus projetos ou aplicando em vagas para trabalhar em empresas do exterior. Apesar de termos jogos nacionais incríveis, reconhecidos mundialmente, ainda assim não existem grandes incentivos e investimentos como vemos em outros países que  de fato levam os jogos a sério e entendem que são um mercado rentável. Existe até uma resistência por parte dos próprios jogadores brasileiros que não tem a mesma percepção de valor sobre um jogo pelo simples fato de ser nacional. Podemos ainda adicionar na equação a mentalidade retrógrada e a falta de conhecimento dos governantes, que dificultam quaisquer avanços e evoluções no setor. Mas, apesar desse parágrafo inteiro parecer muito pessimista (risos), eu acredito que isso está mudando. As pessoas estão entendendo a importância e a relevância dos jogos nacionais. Acredito que nos próximos anos teremos muitas melhorias e grandes conquistas nesta área.

Qual a importância do projeto ID@XBOX (e similares) ajudando desenvolvedores independentes?

O programa ID@Xbox, desde seu surgimento, foi sempre muito próximo aos desenvolvedores independentes. Além de fomentarem jogos com potencial bacana para o console, constantemente oferecem webinars e treinamentos para quem ainda não conhece a fundo todos os meandros da indústria de jogos. Por exemplo, ao final de 2023, organizaram um webinar interessantíssimo sobre todo o processo de marketing de um jogo na plataforma desde a ideia inicial até ações pós lançamento, com dicas, boas práticas e oportunidades latentes em relação ao Xbox. Além disso, atualmente, a receita de venda dos jogos nos consoles diz respeito a uma fatia muito significativa no faturamento dos estúdios independentes. Estar fora dos consoles é praticamente abrir mão de, dependendo do caso, mais da metade da sua receita. O mesmo vale para qualquer outro programa nesse sentido. Todos os programas de fomento aos indies sempre tem um canal muito aberto de comunicação e feedback para os desenvolvedores. Estar com eles significa não só expandir sua base de jogares para outros horizontes mas também ter acesso a muito aprendizado e dicas valiosas. (Resposta por Guilhes Damian da QUByte Interactive (@qubytegames) / X)

– Conte sobre a empresa. Quem é a equipe? Como a empresa nasceu?
Essa é uma “EUquipe” como dizem (risos). Desenvolvi o jogo sozinho durante os últimos 5 anos. A única parte que não desenvolvi foi a trilha sonora, que ficou por conta do compositor Lukan Peixe. Fora isso, tudo que você vê no jogo foi criado por mim, o game design, os modelos 3D, animações, puzzles e etc. Foi um grande desafio, mas no fim deu tudo certo e fiquei muito satisfeito com o resultado.

– Qual recado que você deixa para a comunidade gamer?
Desenvolver um jogo sozinho foi um grande desafio, mas ao mesmo tempo foi uma jornada muito gratificante. Toda vez que vejo alguém jogando e se divertindo (e as vezes passando um pouco de raiva) dá um sensação de dever cumprido, é algo “imprecificável” (se é que essa palavra existe). E é sobre isso que gira toda a motivação de trazer um produto para o público. Esse retorno dos jogadores, a atenção e o carinho que Raccoo Venture vem recebendo do público. Agradeço a todos que jogaram e ajudaram de alguma forma a divulgar o jogo e espero que todos possam ter muitas horas de diversão com nosso querido herói “guaxininho”.

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Leozera
Leozerahttps://centralxbox.com.br
Natural de São Paulo - BR, atualmente morando na Florida - USA, tem mais de 20 anos de experiência com Marketing, ama música, toca bateria e seu principal hobby são os games.
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