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Alan Wake II não é apenas o melhor jogo da Remedy, mas um dos melhores jogos do gênero | A Análise da Central

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Não há nada por aí como Alan Wake II da Remedy Entertainment. Uma jornada de terror tensa, lenta e induzida por alucinações através dos olhos de seus principais protagonistas, Alan Wake e Saga Anderson. Alan Wake II está no auge do gênero de terror de sobrevivência e se consagra como o melhor jogo do estúdio.

Se isso parece um elogio um tanto exagerado, é porque, bem, a minha experiência com o jogo foi incrivelmente satisfatória. Baseando-se não apenas em seu excelente antecessor, mas em tudo dentro do catálogo da Remedy – pegando o antigo e criando uma experiência de jogo totalmente única, diferente de tudo o que seus contemporâneos no gênero oferecem. Lançado perto do final daquele que é possivelmente o melhor ano da história dos jogos, Alan Wake II é uma obra-prima.

HISTÓRIA

O universo da Remedy é fascinante, pois baseia-se em uma variedade de ideias psicológicas, filosóficas e científicas para criar mundos como nenhum outro. Como mencionado, Control deixou um marco para as regras dos mundos da Remedy, nomeadamente o conceito de “Paranatural”, que se refere a uma variedade de coisas como Limiares, Objetos de Poder e Eventos Mundiais Alterados. O poder e a influência desses conceitos variam, mas o que está implícito em Control e confirmado em Alan Wake II é que as forças paranaturais no Lago Cauldron são uma anomalia entre as anomalias. Isso não apenas faz Alan Wake II transbordar de intriga, mas também dá um significado totalmente novo à ideia de que uma história poderosa pode mudar o mundo.

Os acontecimentos de ambos os jogos de Alan Wake são ditados por histórias escritas pelo próprio Wake. Isso ocorre porque o Lago Cauldron está situado em um Limiar, que é uma área que conecta a Terra com outras realidades, e a propriedade deste Limiar é sua capacidade de alterar a realidade com base na criatividade de alguém; os dois casos mais influentes são dos escritores Thomas Zane e Alan Wake. O primeiro jogo mostra Alan encontrando páginas de um manuscrito que ele não se lembra de ter escrito, que descreve eventos e horrores que eventualmente acontecerão. Alan Wake II pega essa ideia e a leva ainda mais longe, agora afetando a realidade em uma escala maior e mais íntima.

É uma história ambiciosa que combina o melhor do terror psicológico com o de thrillers de detetives sombrios como True Detective e Hannibal. Desde o momento inicial, a história de Alan Wake II tem revelações e reviravoltas chocantes que tornam qualquer discussão sobre a história um grande risco de spoilers. O que é fácil dizer é que é a melhor e mais envolvente história da Remedy até hoje, com seus únicos contratempos sendo momentos de exposição dos personagens que poderiam ter sido melhor apresentados; de forma alguma isso torna o conteúdo desses momentos menos interessante ou alucinante.

JOGABILIDADE

A mecânica de jogo foi drasticamente melhorada desde o primeiro jogo e até ao ponto em que você pode sentir a mecânica de terror de jogos como Resident Evil 2/3 Remake. Dito isto, não é uma coisa ruim o que a equipe da Remedy fez. Embora às vezes pareça mais um jogo de terror em terceira pessoa, você pode ter a sensação de que está isolado e sozinho, o que combina bem com a premissa de Alan Wake. Mecanicamente tudo foi melhorado desde o primeiro jogo e funciona bem neste novo conceito. Ao contrário do primeiro jogo, você tem uma caixa de itens e armazenamento neste jogo. Isso significa que você precisará jogar de forma inteligente e carregar apenas o que precisa, ao contrário do primeiro jogo, onde aparentemente você tinha bolsos sem fundo.

Outras mudanças incluem um espaço pessoal para cada personagem “pensar” sobre a situação em que se encontra. Para Saga, este é o Mind Palace e para Wake, esta é a Sala dos Escritores. Como Saga é uma agente do FBI e detetive, sua jogabilidade gira em torno da resolução de crimes e de ter um Mind Palace que reflete isso significa que ela pode analisar e deduzir caminhos de investigação. Wake, por outro lado, tem a Sala do Escritor, que gira em torno de sua habilidade como escritor e significa que ele pode controlar até certo ponto como a história fluirá.

Há um aspecto do tipo RPG no jogo também. Embora a forma como o jogo se desenrola seja bastante linear, você tem algum controle sobre algumas das opções de diálogo no progresso da história. Estas são apenas seções que permitirão ao jogador obter mais informações sobre tarefas progressivas, mas ainda assim vale a pena observar.

O combate é básico e o que você poderia esperar. Você usa uma tocha para queimar o Escudo da Escuridão dos inimigos e uma arma para despachá-los. Onde isso soa como outro jogo de tiro em terceira pessoa, você pode estar enganado, pois há algumas diferenças que remetem à visão de Alan Wake. Em primeiro lugar, há a Luz, a luz é uma arma importante em Alan Wake, pois é o que você usa para combater as trevas, faz sentido que a luz dissipe as trevas, e até as crianças sabem disso. Outra diferença é mais relacionada ao lado do jogo de Wake, embora não seja estritamente uma ferramenta de combate, é a Lâmpada de Zane. Esta é uma ferramenta que pode conter uma fonte de luz e transportá-la para outro lugar. Nós o incluímos aqui porque você pode usá-lo para criar uma “Zona Segura” se houver a possibilidade. Tecnicamente um cheat, mas se você tiver um inimigo perto de você, esta é uma estratégia válida.

Uma nota final sobre a jogabilidade é o sistema de salvamento. Existem 3 slots de salvamento manual que podem ser acessados ​​em áreas seguras. Esses pontos de salvamento são um local familiar para qualquer fã que retorna de Bright Falls, pois é a nossa velha conhecida garrafa de café. No primeiro jogo, você precisava coletar 100 dessas para ganhar uma conquista, mas em Alan Wake II eles funcionam como um ponto de salvamento. Estranhamente, é mais adequado que os policiais estejam sentados tomando café, conforme destacado pelo total desrespeito de Casey em pegar um café, independentemente da urgência. Embora tenha sido bom ver isso, eu teria gostado deles como colecionáveis ​​​​novamente. Isso não quer dizer que não haja muito mais no jogo que possa ser coletado, mas acho que teria sido uma boa chamada de volta ao primeiro jogo, especialmente se eles tivessem alguma pequena peculiaridade ou ajudassem nos upgrades de armas do personagem.

GRÁFICOS e DESEMPENHO

Eu joguei o jogo inteiro no meu Xbox Series S, onde tive uma experiência muito boa e satisfatória com os visuais e o desempenho do jogo. Ele roda em 1440p via upscale, além de manter praticamente todos os aspectos visuais do seu irmão Series X, ele também oferece uma performance bastante sólida, apenas com algumas quedas. Nessa versão que joguei, o jogo não tinha a opção de modo performance.

O jogo também é uma conquista técnica e artística impressionante. O trabalho de textura é sublime e a iluminação regular define o clima para a história e a jogabilidade de maneira brilhante. Assim como na primeira vez, Bright Falls não faz jus ao seu nome. Você terá uma lanterna durante a maior parte do jogo, com dispersão de luz adequada e sombras de aparência impecável. A geometria de cada cena é suave e cheia de detalhes, com pouco pop-in e um excelente nível de detalhe em torno do seu personagem.

Os rostos dos personagens se emocionam tão bem que evitam qualquer ar misterioso, exceto quando ele está lá intencionalmente. Tanto nas cenas quanto durante o jogo, fiquei impressionado com a aparência dos personagens, com apenas algumas exceções em alguns dos residentes genéricos da cidade e seus conjuntos de animações em loop. Jogando em uma tela OLED, as cores HDR eram fascinantes. Pôr do sol, amanhecer e tempestades à noite me fizeram olhar para o horizonte por minutos a fio.

CONCLUSÃO

Alan Wake II é uma conquista incrível. Visualmente, é um dos jogos mais impressionantes e assustadores disponíveis e a capacidade de mudar e alterar o mundo perfeitamente por capricho é um feito técnico que poucos conseguiram realizar com sucesso. Em muitos aspectos, Alan Wake II parece uma carta de amor à história da Remedy e ao seu universo. Os jogadores não apenas encontrarão personagens e referências a outros jogos, mas também encontrarão vários atores de jogos anteriores. Cada parte deste jogo é uma agradável surpresa que só deixa qualquer um entusiasmado com o futuro da Remedy.

Alan Wake II tem a melhor escrita da Remedy, o combate mais satisfatório e o cenário mais bem realizado. O jogo conta com aquela bela mistura entre sério e bobo. O trabalho de Sam Lake é incrível, fazendo aquela cara de maldito Max Payne em todas as oportunidades. Parecia um jogo no qual todos os envolvidos dedicaram seus corações e almas, sem vergonha de suas performances. As falas mais ridículas, cenas insanas e outros absurdos imagináveis ​​são feitas com caras sérias o tempo todo. Alan Wake 2 é brilhantemente estúpido e absurdamente magnífico.

Em uma indústria repleta de videogames AAA inacabados e de alto orçamento, é revigorante ver um jogo quase perfeito e polido lançado já no primeiro dia. Alan Wake II da Remedy não é apenas o melhor jogo do estúdio até hoje, mas é um dos melhores jogos do gênero e talvez do ano.

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Gui Marques
Gui Marqueshttps://centralxbox.com.br
Redator, apaixonado por filmes de terror, HQs e música ruim. Jogador e defensor do Xbox nas horas vagas.
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