Como a Rare revolucionou a indústria de jogos nos anos 90

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Os anos 90 marcaram a inevitável guinada dos jogos eletrônicos para um patamar acima do que estava estabelecido. Atraindo atenção das grandes massas e também da mídia tradicional. No meio de tudo isso, uma empresa se destacava com uma sequência de títulos impactantes, seja pelo seu visual ou pelo altíssimo valor de diversão, e estabelecendo um novo padrão de qualidade na indústria. É claro que estamos falando da Rare.

Falar da Rare para mim, como um exímio “noventista“, é algo prazeroso de se fazer. Eu passei a minha infância jogando os jogos dela em meu Super Nintendo e depois no Nintendo 64. Ela é, tranquilamente, a empresa que me fez ser um apaixonado por jogos de Aventura e Plataforma 3D até hoje.

E para explicar como a empresa conseguiu revolucionar todo o cenário de jogos na década de 90, vou citar alguns dos seus jogos cruciais para isso. E também deixar exemplificado do quão importante ela foi para a Nintendo e também o tamanho que representou a sua migração para o Xbox Game Studios.

DONKEY KONG COUNTRY – A grande virada de chave

Primeiro de uma aclamada trilogia de jogos de Plataforma, DK Country foi um dos sucesso históricos entre Rare e Nintendo, dirigido pelos irmãos Chris Stamper e Tim Stamper, com design e criação oficial ficando a cargo de Gregg Mayles. O título chegou ao mercado para SNES em 1994, vendendo mais de 9.3 milhões de cópias, e criando uma legião de fãs ao redor do mundo pela Nintendo e Rare. DK também ganhou várias adaptações e aparições em outros formatos, sendo considerado um marco histórico de sua época.

Ainda lembro da primeira vez que vi esse jogo na casa de um primo, era apenas uma criança habituada a ver jogos com traços mais puxados para os desenhos animados, ver Donkey Kong foi mágico. Um jogo que encanta pelo seu visual, sua trilha sonora e, principalmente, pela sua diversão.

Donkey Kong Country foi uma trilogia arrebatadora de sucesso de público e crítica. E não há duvidas que se tornou um padrão de excelência não só para a Nintendo, como para a indústria toda.

Inclusive, é válido dizer que o personagem Donkey Kong não é uma propriedade da Rare, mas sim do lendário desenvolvedor Shigeru Miyamoto. Mas Donkey Kong Country foi o primeiro a ser feito sem a influência dele em seu desenvolvimento. Tem uma história bem famosa de que ele ficou aborrecido pois quando quis fazer o Super Mario World 2 que seria focado no Yoshi, ele levou vários desenhos, mas a Nintendo recusou dizendo que nenhum deles tinha um gráfico que chamasse a atenção como o game do DK, assim ele criou um design de giz de cera para o jogo Yoshi’s Island.

KILLER INSTINCT – A empreitada certeira nos arcades

Devido ao processo de renderização de imagens utilizando os computadores da Silicon Graphics para produção de Donkey Kong Country que levou o jogo a um grande sucesso, com isso empresa decidiu desenvolver um jogo arcade, utilizando uma demo que a Rare já havia entregue a Nintendo com um jogo de luta no estilo steam punk, foi assim que nascia a parceria entre Nintendo e Rare para a produção de Killer Instinct.

Killer Instinc foi o primeiro jogo a criar os grandes combos, trazendo uma visão diferente para os jogos de luta, esse que não havia nos jogos da concorrência, sem contar que foram simplificados e automatizados, muitas vezes o apertar de um botão no momento certo acarretava em um combo. Cada processo dos combos fora pensado de maneira para trazer a melhor experiência para os jogadores, como diferença em cada um dos golpes, mostrando a variação entre socos/chutes leves e pesados, dando assim mais vida e realidade as lutas.

O jogo do Super Nintendo foi um sucesso tão grande que em novembro de 1996 a Nintendo e Rare lançavam Killer Instinct Gold, agora sim para o Nintendo 64, com gráficos ainda mais bonitos, mas o novo jogo não foi bem aceito pelo jogadores fazendo com que a franquia ficasse adormecida.

Em 2002 e Microsoft comprou a parte da Rare que pertencia a Nintendo, e posteriormente começou a trabalhar em um novo título da franquia que veio a ser lançado em 2013 para Xbox, o jogo foi divido em temporadas, a cada temporada era lançado um grupo de personagens e cenários.

GOLDENEYE 007 – A consagração da Rare

Se em 1993, Doom mudou o panorama dos jogos de tiro com mapas modificados e sangue escorrendo embalado com heavy metal, GoldenEye 007 traria, cinco anos depois, no console de 64-bits Nintendo 64, uma experiência mais abrangente desse mundo de FPS para toda a galera nos anos 90, já que o console caseiro da Nintendo oferecia quatro controles e multiplayer do mesmo número.

O maior clássico entre todos, e o título de maior destaque na Rare para muitos. Produzido por um novo time novato, e sem experiência com FPS, sendo publicado pela Nintendo para o N64, GoldenEye 007 é um título, que como o nome diz, é do universo do agente James Bond, trazendo um rica experiência narrativa, de co-op, e de multiplayer, sendo uma revolução no segmento de jogos de tiro para consoles, que na época eram muito mal vistos. Possui um score incrível de +96/100, o segundo maior da Rare, e vendeu mais de 8 milhões de cópias.

BANJO KAZOOIE – A afirmação da Rare

Sem sombra de dúvidas, o meu jogo favorito da empresa. Banjo Kazooie foi o jogo que me fez ser um apaixonado por jogos de plataforma 3D até os dias de hoje.

O primeiro jogo da adorada série do Urso e do Pássaro, criado por Gregg Mayles, até hoje diretor da Rare, e que na época foi publicado pela Nintendo. Seguindo o modelo de Donkey Kong, temos aqui um jogo de aventura de plataformas. A origem de Banjo-Kazooie se inicia de um projeto cancelado de 3 anos em desenvolvimento, chamado Project Dream. A recepção de Banjo-Kazooie foi com muita aclamação, com o título sendo prestigiado com um 92+, e vendendo mais de 4 milhões de cópias. Seu sucesso originou em vários títulos da série posteriormente.

O estilo de jogo segue a fórmula consagrada por Super Mario 64 dois anos antes, na qual um personagem navega por cenários 3D interligados por um ambiente central que dá acesso às rotas. A ação é toda em três dimensões, tendo o jogador que se preocupar em atacar inimigos, saltar plataformas e resolver pequenos quebra-cabeças.

Diferente de Super Mario 64, contudo, a ênfase do jogo não está inteiramente na precisão dos saltos e na superação dos obstáculos. Embora existam diversos momentos que exijam movimentos coreografados, o foco do game está na exploração dos cenários para conseguir completar as missões. E nisso, Banjo-Kazooie é especial.

Não dá para saber ao certo o que é, mas algo neste game evoca um sentimento de aventura como se estivéssemos entrando em um livro de contos de fadas e fazendo parte da história. É uma sensação única, que poucos jogos conseguem trazer. Quem era criança na época, sentia toda a euforia de ter seu próprio mundo de fantasia ao alcance do joystick e, quem já tinha mais idade, voltava imediatamente à infância. A Rare, mais uma vez, havia criado algo especial.

Seu jogo de estréia vendeu milhões de cópias, sendo um cartucho quase obrigatório para os donos do N64 da Nintendo. Seu enorme sucesso rendeu mais uma continuação na mesma geração, chamado Banjo-Tooie, e mais dois títulos para Game Boy Advance: Banjo-Kazooie: Grunty’s Revenge e Banjo-Pilot.

Anos 2000 e as mudanças de ares

Já nos anos 2000 a já consagrada Rare lançou mais dois grandes hits como Perfect Dark e Conker’s Bad Fur Day. Que são jogos que eu adoro DEMAIS e adoraria trazer mais detalhes sobre eles, mas infelizmente já não são jogos dos anos 90.

No início dos anos 2000, a empresa começou a procurar por compradores. A Nintendo não se manifestou e com isso a Rare chegou a duas possíveis compradoras, a Activision e a Microsoft. A criadora do Banjo gostou mais da oferta da Activision, mas por algum motivo desconhecido as negociações foram encerradas, o que abriu caminho para a empresa de Bill Gates adquirir a Rare. Tornando-se assim uma subsidiária da Microsoft em 24 de setembro de 2002.

Um fato curioso sobre essa aquisição é que alguns executivos da Microsoft foram visitar o estúdio da empresa e lá viram alguns pôsteres do Donkey Kong, e comemoraram achando que haviam adquirido também o famoso personagem. Mas, como sabemos, o personagem pertence à Nintendo até hoje. Uma pena.

Com a Microsoft, a empresa sofreu de um inicio conturbado até de fato se reencontrar a partir do Xbox 360. Hoje em dia a empresa está fazendo um trabalho excelente em Sea of Thieves, adicionando conteúdo praticamente todos os anos desde o seu lançamento.

No meio disso tudo, a empresa tem cedido algumas de suas IPs para que outros estúdios possam desenvolver um novo título. Foi o que aconteceu com Battletoads (2020) e sabemos que há um novo Project Dark em desenvolvimento também.

Como um bom noventista saudosista, eu sinto falta daquela Rare que conheci dos anos 90. Com jogos marcantes e personagens icônicos. Eu entendo que o mundo hoje não é o mesmo, o público de hoje não é o mesmo e as crianças de hoje talvez não estejam interessadas naquele tipo de jogo como Banjo ou Conker. Mas eu sonho em ver essas franquias sendo revividas e tratadas com o mesmo carinho que a Activision recém fez com Crash Bandicoot, por exemplo.

E não me levem a mal, eu adoro os jogos atuais da Rare. Tenho dezenas de horas em Sea of Thieves com meus amigos, joguei muito Rare Replay, Battletoads e estou aguardando ansiosamente o Everwild, novo projeto da empresa. Mas como eu disse a vocês nesse artigo, eu sou fã de jogos plataforma. E eu peço pela volta dos jogos que marcaram a minha infância. Não só por mim, mas para todos aqueles que cresceram nos anos 90 e para todo o novo público que eles podem e devem atingir com o poder do Game Pass, que se baseia em um catálogo que agrade a todos os públicos, não é mesmo? Encerro aqui com o meu pedido e também o meu sonho… E eu sei que isso não é pedir demais.

 

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Gui Marques
Gui Marqueshttps://centralxbox.com.br
Redator, apaixonado por filmes de terror, HQs e música ruim. Jogador e defensor do Xbox nas horas vagas.
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