Redfall é… complicado | A Opinião da Central

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O novo jogo da Arkane Austin falha na maioria das suas tentativas em ser algo novo e falha em tentar replicar fórmulas que já temos no mercado.

Quando anunciado na Xbox Showcase em 2021, com uma longa apresentação cinemática no final do evento, Redfall ligou o radar de curiosidade de muitas pessoas, inclusive a minha. Afinal, do que se tratava o novo projeto da equipe de Prey e Dishonored?

Faltavam informações, detalhes e gameplay. Tudo o que sabíamos era que se tratava de um jogo de vampiros, focado em co-op e que estava previsto para 2022.

No ano seguinte, em meados de Junho, veio a confirmação que Redfall seria adiado para o primeiro semestre de 2023. Sem muito alarde, a notícia já era meio que esperada pela comunidade. Uma vez que tínhamos visto pouquíssimo conteúdo sobre o jogo.

Chegamos em 2023 e a Microsoft anuncia o Developer_Direct no mês de janeiro, um evento focado em 4 estúdios e 4 projetos que seriam lançados em 2023. Nesse evento tivemos o surpreendente anúncio e lançamento de Hi-Fi Rush.

No evento pudemos assistir pouco mais de dez minutos de gameplay de Redfall. Gameplay essa que agradou mas não mostrou nada de surpreendente. Era um jogo co-op similar a dezenas que temos no mercado com o diferencial de ter o DNA do estúdio Arkane. Por fim tivemos, finalmente, uma data de lançamento. Bastava esperar e testar através do Game Pass.

Enfim chegamos ao lançamento do jogo e rapidamente a Internet é bombardeada por conteúdos e comentários sobre o lançamento do jogo. Infelizmente, essa repercussão não foi nem um pouco positiva. Redfall se mostrou um desastre.

A mídia especializada e os jogadores pegaram pesado ao falar sobre o jogo, não todos, mas muitos com alguns pontos importantes de avaliação.

Mesmo assim, meus amigos e eu decidimos encarar o jogo e tirar as nossas próprias conclusões. Será que o jogo é realmente tão ruim quanto dizem?

Eu terminei o jogo com pouco mais de 13 horas e trago aqui parte das minhas considerações e avaliações sobre o jogo como um todo. E como sempre, serei o mais sincero possível com vocês.

HISTÓRIA

O nome do jogo é inspirado na ilha fictícia onde ele se passa. A sua trama gira em torno de ganância de cientistas que fizeram experimentos com sangue que acabaram transformando a população em vampiros.

Após isso, os vampiros conseguem bloquear o sol, criando um eclipse e gerando uma barreira marítima, elevando as águas, impedindo que os sobreviventes da ilha escapassem.

Para conter a ameaça, você tomará controle de um de quatro personagens que chegaram recentemente à cidade. Sozinho ou com amigos, você deve se planejar e encontrar maneiras de exterminar os vampiros que aterrorizam a cidade.

MUNDO ABERTO

Um dos grandes chamarizes do marketing de Redfall é o seu mundo aberto. O primeiro feito pela equipe da Arkane Austin.

Nele nós podemos explorar, coletar armas, documentos, resgatar refúgios e fazer missões secundárias, que auxiliam a reduzir a ameaça dos vampiros e se mostra quase que obrigatórias uma vez que sempre antes de um chefe da história principal tem uma porta que só pode ser aberta se eliminarmos um certo número de sub chefes de missões secundários. Esses sub chefes nada mais são que uma versão mais fortalecida dos vampiros comuns de Redfall.

O jogo apresenta um dos open world mais vazios que eu já pude testar recentemente. Uma tremenda falta de NPCs pelo mapa, seja para missões ou interações, os cenários no mundo aberto são pouco inspirados e apresentam pouca variação no que diz respeito ao visual. São poucos os locais que conseguem se destacar, como os ninhos de vampiros, por exemplo, mas de maneira geral, a ambientação deixa a desejar. Além disso, as atividades que temos para executar no mundo aberto são repetitivas e sem graça. A maioria envolve ir atrás de um item, entrar no local, matar alguns vampiros e voltar para a base. Tanto as quests secundárias como principais seguem este padrão, tornando o jogo entediante rapidamente.

PERSONAGENS

O jogo te oferece a liberdade em escolher qualquer um dos quatro personagens disponíveis. Cada um com a sua característica e habilidades especiais que, na prática, se mostra indiferente ao longo do jogo. Uma vez que a inteligência artificial se mostra problemática e falha em proporcionar algum tipo de desafio ao jogador mesmo na dificuldade mais alta.

Os nossos protagonistas são Layla Ellison, Jacob Boyer, Remi De La Rosa e Devinder Crousley. A história por trás de cada um dos personagem é muito bem elaborada, mostrando total sentido que eles estejam em Redfall e saibam usar armas e habilidades únicas para enfrentar os vampiros que assolam a região.

DESEMPENHO

Jogando Redfall eu me perguntei algumas vezes “Como esse jogo não roda em 60fps?”

O jogo conta com visuais estilizados, que apesar de me agradar bastante, não mostra em nenhum momento um momento plausível para que o jogo não possa alcançar os 60 frames por segundo. Algo que é essencial para um jogo de tiro em primeira pessoa.

A inteligência artificial do jogo se mostra na maioria das vezes inexistente. Com inimigos ignorando companheiros sendo abatidos ao lado deles, mostrando problemas sérios de visão ao jogador que esteja passando a poucos metros em sua frente. Recusando a se esconder no meio de tiroteios ou simplesmente ignorando a existência do jogador segundos depois de trocar tiros com o mesmo.

A dificuldade é pífia, não apresentando nenhum tipo de dificuldade nem mesmo no nível mais alto disponível. Eu e meus amigos terminamos o jogo sem utilizar as habilidades especiais mais de duas vezes, sendo essas usadas somente por curiosidade e não por necessidade. Além de muitas vezes progredir sem sentir a necessidade de trocar de arma ou evoluir a árvore de habilidades do personagem.

Ao longo da campanha nos deparamos com os mais diversos e variados bugs, sendo eles desde bugs estéticos que apenas “soavam engraçado” até bugs que comprometiam a experiência e atrapalhando o progresso, como o sumiço da barra de vida dos inimigos, uma horda que se recusava a surgir, impossibilidade de usar o scope da sniper, agachar ou ficar preso em superfícies.

RESUMO

Nessa altura, a melhor coisa que posso dizer sobre Redfall é que eu não o odeio. Eu definitivamente já joguei coisas muito piores e mais frustrantes que o jogo da Arkane Austin.

Redfall se mostrou uma experiência frustrante em todos os quesitos, um amontoado de idéias que se mostravam interessantes em seu conceito mas que na prática falharam em proporcionar uma experiência digna e respeitosa ao jogador.

A idéia de utilizar vampiros ao invés dos já saturados zumbis é realmente boa e abre um leque maior de possibilidade e variações sobre aquilo que já começamos. A gunplay é um tento divertida e satisfatória mas é prejudicada pela inteligência artificial inexistente e uma ausência de desafio no game.

A escolha de narrativa em cutscenes estáticas e elaboração através de documentos pelo cenário se mostra ineficiente em manter o jogador interessado e engajado com a história.

Redfall é um jogo complicado em tudo que se propõe, uma vez que ele nos apresenta um motivo para gostarmos, seus problemas mostram dez motivos para detestarmos. Eu queria muito que esse jogo vivesse uma redenção similar a Sea of Thieves, State of Decay 2 e Fallout 76, aproveitando melhor esse universo promissor e acrescentando mais variações para o mundo aberto e um ganho no fator replay. Mas sinceramente? Depois de toda essa dor de cabeça que o pessoal do Xbox está passando com esse lançamento, acho que a opção escolhida será o total esquecimento do jogo. Que provavelmente já será esquecido antes do fim do ano.

POSITIVO | NEGATIVO

PONTOS POSITIVOS:

  • Visuais estilizados
  • Substituir zumbis por vampiros
  • O universo tem potencial
  • O tiroteio do jogo é divertido

PONTOS NEGATIVOS:

  • Diversos bugs
  • Inteligência artificial problemática
  • Fácil demais
  • Performance pífia
  • História mal contada
  • Missões repetitivas e simplórias

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Gui Marques
Gui Marqueshttps://centralxbox.com.br
Redator, apaixonado por filmes de terror, HQs e música ruim. Jogador e defensor do Xbox nas horas vagas.
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