OPINIÃO | A Microsoft precisa ser mais rigorosa com qualidade e menos com quantidade

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A Microsoft não teve envolvimento com Redfall mas parece não perceber que os erros da ZeniMax hoje refletem na sua plataforma primária.

A má recepção de Redfall parece surtir como mais um golpe duro no Xbox em uma semana onde já foi golpeado o bastante…. e com razão?!

Após o bloqueio do CMA, mesmo que diretamente não tenha haver com o Xbox mas sim com a Microsoft, surtiu um certo efeito nos assinantes do oásis da Microsoft; o Game Pass.
Ansiosos para receber uma enxurrada de jogos consagrados (e caros) no serviço o quanto antes, é absolutamente normal o sentimento de frustração.
Eu não acredito que a aquisição não irá se concretizar, mas hoje eu não quero falar sobre isso.

Desde a criação e expansão do seu serviço de assinatura, a Microsoft tenta inflar o catálogo a todo custo. Afinal, uma manchete dizendo “Mais de 300 jogos por 45 reais por mês” é algo bem chamativo, convenhamos.
Ela vem investindo e apostando bastante nisso, seja com acordo para que terceiros coloquem os jogos em seus serviços e desde 2018 começou uma série de aquisições de pequenos estúdios em ascensão até 2020 quando compraram a Bethesda.

Não podemos dizer que não houve um retorno, recentemente tivemos acesso a informação que a Microsoft lucrou $1bilhão com o Game Pass no primeiro trimestre desse ano.

Mas já faz um tempo que mais me parecem que eles estão optando pela quantidade do que a qualidade. Um tanto contraditório, uma vez que a empresa já fez declarações públicas que se inspira no sucesso e referência da Netflix e Disney Plus. Mas parece não ter notado que um dos maiores motivos do sucesso e consagração desses serviços são os seus catálogos e conteúdos originais renomados e premiados.

Longe de mim vir aqui dizer que o Xbox não conta com esses jogos. O seu catálogo tem sim jogos excelentes, renomados e premiados. O ano de 2023 tá sendo muito bom para a plataforma e tem muita coisa boa por vir.

Mas é fato dizer que a Microsoft não exige muito de seus criadores para que se estabeleça um padrão de qualidade em seus jogos, como vemos em Forza, por exemplo. E mesmo que Redfall já estava em desenvolvimento por 6 anos, ela adquiriu a Bethesda à pouco tempo e tinha total respaldo para adiar ou cancelar esse projeto. Mesmo que, segundo o Jeff Grubb, a Microsoft nunca confiou no potencial de Redfall.

As pessoas têm perguntado por que o CEO da Microsoft Gaming, Phil Spencer, não atrasou Redfall, ou por que o líder do Xbox Game Studios, Matt Booty, não garantiu um nível básico de qualidade. A ZeniMax ainda está operando como uma entidade separada, para o bem ou para o mal. A ZeniMax tem um processo completamente separado para desenvolver e enviar jogos, e não era da alçada de Matt Booty lidar com Redfall, bem como com vários outros Xbox Game Studios que estão atualmente sob sua alçada. A função de Booty é lidar com franquias internas do Xbox, incluindo Age of Empires, Flight Simulator, Forza e assim por diante. Spencer supervisiona todo o negócio como um todo e, falando de forma totalmente realista, não deveria recair sobre ele entrar nas minúcias de cada lançamento de jogo sob a marca. 

A ZeniMax e a Microsoft ainda estão se integrando, e talvez o Redfall não tivesse sido lançado no estado em que está (ou mesmo, de forma alguma) na propriedade unificada. Redfall está em desenvolvimento a seis anos e parece um produto da era do surto da ZeniMax. Quando eles desistiram daquela campanha “Save Player One” e abraçou de vez os jogos com foco em multiplayer e que pudessem ser mais lucrativos a longo prazo. Neste período viu equipes com pouca experiência em multijogador e tecnologia e motores não projetados para multijogador deslizarem desapaixonadamente e enviados para morrer. Fallout 76 e Wolfenstein Youngblood lançaram ondas de condenação, embora o primeiro tenha saído da crise e eu não duvido que Redfall irá passar pelo efeito Cyberpunk, mas a primeira impressão é a que fica, não é mesmo?

Fato é que hoje a ZeniMax pertence a Microsoft e seus estúdios são first party do Xbox. Esses estúdios tem a função de oferecer conteúdo que agrade o público que comprou seu aparelho ou assina o seu serviço e também, principalmente, atrair pessoas para consumir os seus produtos no único lugar onde ela poderia. E eu não posso deixar de citar a concorrência aqui, mas dificilmente veremos um jogo first party da Nintendo ser lançado sem o seu padrão de qualidade ou que o PlayStation se deixe escorregar com as suas principais franquias.

Se um jogo não estiver pronto, você não deve lançar ele. Muito se diz do quão criterioso é o pessoal da Turn10 Studios e o quão rígidos eles são com a engine Forza Tech. Mas é essa política que eles tem em seu estúdio que fizeram de Forza um padrão de excelência e referência no gênero de corrida mesmo sendo uma franquia relativamente nova.

Essa deveria ser a política da empresa mãe sendo implementada em todos os seus estúdios. Afinal, são eles quem irão construir o portfólio do seu produto.

Eu sei que o lance da liberdade com os estúdios é bacana e tem nos entregado projetos novos e interessantes como Pentiment e Grounded. Eu sou 100% a favor da liberdade criativa desde que haja uma exigência de qualidade técnica e crítica.

Eu não odiei Redfall, muito pelo contrário. Mas espero que essa recepção tenha servido para chacoalhar e abrir os olhos do pessoal lá de dentro. Eu sei que as coisas não acontecem tão rápido quanto pensamos mesmo se referindo a uma mega empresa. Mas espero que aconteça o quanto antes.

Eu sou jogador e apaixonado por Xbox, mas eu não posso ver a minha plataforma se perder sem que eu não possa fazer nada.

Eu ainda estou empolgado pelos futuros jogos que virão mas não posso esconder o meu receio.

Se você precisa limpar a sua imagem, você precisa focar mais em qualidade e não em quantidade.

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Gui Marques
Gui Marqueshttps://centralxbox.com.br
Redator, apaixonado por filmes de terror, HQs e música ruim. Jogador e defensor do Xbox nas horas vagas.
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