Se você é um fã do Xbox ou apenas alguém que acompanha a indústria de jogos, provavelmente já notou: a mídia gamer tem uma relação complicada com o console da Microsoft. Enquanto outros consoles são frequentemente celebrados como o rei indiscutível dos videogames, o Xbox parece ser alvo constante de críticas desproporcionais.
No episódio 94 do PodcastGAMER, mergulhamos fundo nesse tema. Quer entender os bastidores dessa narrativa distorcida e ouvir nossas opiniões? Confira o episódio completo: https://creators.spotify.com/pod/profile/opodcastgamer
Agora, vamos aos fatos, à cultura e ao comportamento que explicam por que o Xbox continua sendo maltratado pela mídia, mesmo quando entrega inovação e valor aos jogadores.
A relação entre a mídia gamer e o Xbox é marcada por um padrão claro de “dois pesos e duas medidas”. Cancelamentos de jogos ou fechamento de estúdios por parte da Sony são enquadrados como “reorganização estratégica”, enquanto os da Microsoft viram “sinais de fracasso”. O PlayStation ganha manchetes elogiosas por seus exclusivos, mas o Xbox é criticado mesmo com serviços revolucionários como o Game Pass. Por que isso acontece?
Tudo começou em 2013, com o desastroso lançamento do Xbox One. A Microsoft cometeu o erro de focar em recursos de entretenimento – como TV e multimídia – em vez de priorizar os jogos, alienando os fãs e dando munição à mídia. A revelação foi um fiasco, e os jornalistas aproveitaram para pintar o Xbox como um console desconectado dos jogadores. Desde então, essa narrativa de “fracasso” parece ter colado, mesmo após a Microsoft corrigir o rumo com o Xbox Series X|S. A mídia não perdoou aquele tropeço inicial, e isso se reflete até hoje em uma cobertura que exagera os problemas e minimiza os sucessos do Xbox.
Quando a Sony cancela um projeto, a manchete é suave, sugerindo uma decisão calculada. Quando a Microsoft faz o mesmo, o tom é de crise. Esse viés estabeleceu uma base que ainda influencia a percepção do Xbox.
Por falar em exclusivos, a decisão do Xbox de levar seus jogos a consoles concorrentes, como o PlayStation 5, gerou uma onda de controvérsias, mas também abriu portas para oportunidades inesperadas. Um exemplo claro é Forza Horizon 5, que, ao chegar ao console da Sony, enfrentou críticas duras de fãs que o viam como uma traição à marca. No entanto, os números mostram uma realidade diferente: o jogo vendeu milhões de cópias na plataforma rival, trazendo um retorno financeiro significativo para a Microsoft. Essa estratégia de disponibilidade cross-platform desafia o conceito tradicional de exclusividade dos consoles e, apesar das reações iniciais, prova ser um movimento lucrativo que expande o alcance da marca Xbox. Isso também impulsiona a Sony e Nintendo a rever suas estratégias comerciais, para levar seus jogos a mais lugares.
A visão de futuro do Xbox está centrada em derrubar barreiras e tornar os jogos mais acessíveis, um diferencial que tem empolgado desenvolvedores e jogadores. A Microsoft está pavimentando o caminho com iniciativas como a integração da Steam, que promete unir Console e PC em uma nova era de flexibilidade, além do desenvolvimento de um console portátil e um investimento pesado em cloud gaming. O Game Pass, constantemente abastecido com novos títulos, se consolida como o hub definitivo para quem quer jogar mais sem comprometer o bolso. Enquanto outras empresas de consoles exploram seus consumidores com promessas caras e experiências limitadas, o Xbox aposta em um ecossistema aberto e acessível, atraindo estúdios que enxergam nesse modelo uma chance de alcançar um público mais amplo e engajado.
A cultura de fandom desempenha um papel enorme nessa história. Os fãs do de consoles como PlayStation são mais numerosos, mais barulhentos e tentam dominar o tom das conversas online. A mídia, sempre faminta por cliques e engajamento, tende a favorecer essa base maior, perpetuando a ideia de que o console da Sony é o console “superior”. Isso cria um ciclo vicioso: a cobertura negativa.
A Microsoft adotou uma abordagem única com o Xbox, investindo em serviços como o Game Pass e aquisições de estúdios, em vez de apostar tudo em exclusivos tradicionais como a Sony. Para muitos jogadores, isso é uma inovação – mais acessibilidade, mais opções, mais valor. Mas para a mídia, acostumada à “guerra de consoles” clássica, essa estratégia é vista como uma fraqueza, uma suposta “falta de foco” no hardware. O que a Microsoft oferece é uma visão de longo prazo, mas a mídia prefere o drama imediato da rivalidade direta com o PlayStation.
Plataformas como Twitter e Reddit amplificam esse viés. Críticas ao Xbox ganham tração rapidamente, enquanto elogios ao PlayStation ecoam em uma câmara de ressonância. Jornalistas, que muitas vezes buscam o pulso do público online, acabam refletindo – e reforçando – essas opiniões negativas.
Com o Xbox Series X|S, a Microsoft entregou um console poderoso e serviços como o Game Pass e o Cloud gaming, que estão redefinindo como jogamos. É uma proposta diferente da Sony, focada em acessibilidade e flexibilidade, não apenas em exclusivos de peso. Mas a mídia, obcecada pela narrativa tradicional de “PlayStation vs. Xbox”, muitas vezes ignora esse valor, preferindo questionar se o Xbox pode “vencer” a Sony em um jogo que a Microsoft nem está jogando.
O futuro do Xbox não é sobre dominar a guerra de consoles, mas sobre criar uma nova era de jogos – uma que a mídia parece relutante em reconhecer. Enquanto o PlayStation trilha o curto prazo, o Xbox está construindo algo maior. Será que os jornalistas vão continuar usando “dois pesos e duas medidas” ou finalmente dar ao Xbox o crédito que ele merece?
A mídia gamer trata o Xbox com um preconceito enraizado em erros do passado, amplificado por fandoms e redes sociais, e distorcido por uma má interpretação de suas estratégias. Essa cobertura desproporcionalmente negativa é injusta e frustrante para os fãs, mas também revela um problema maior: a falta de análise equilibrada na indústria de jogos. O Xbox não é perfeito, mas merece ser avaliado por seus méritos – hardware excepcional, serviços inovadores e um compromisso real com os jogadores. A plataforma definitiva.
Chega de “dois pesos e duas medidas”. É hora de a mídia parar de favorecer o PlayStation por padrão e reconhecer o que o Xbox traz para a mesa.