Poucos jogos conseguem me surpreender de verdade hoje em dia, mas posso dizer sem medo: Sonic Racing: CrossWorlds é um dos títulos mais divertidos de 2025 e merece a sua atenção. Desenvolvido pela Sonic Team e publicado pela Sega, o game chega com a difícil missão de enfrentar gigantes já estabelecidos no gênero de corrida arcade. O curioso é que, cresci cercado pela franquia do Mario, incluindo sua aclamada versão de corrida, o lendário Mario Kart. Por isso, eu confesso que não esperava muito daqui, e talvez justamente por isso a experiência tenha me surpreendido tanto.
Logo de cara, ficou claro que a Sega conseguiu algo que parecia impossível: criar uma verdadeira concorrência à altura da Big N. CrossWorlds não só respeita o legado do ouriço azul como também expande sua presença em um gênero onde a Sega já havia dado alguns tropeços no passado. Dessa vez, o estúdio apostou em uma mistura ousada de velocidade, acessibilidade e inovação. E posso adiantar desde já: este review vai soar como uma rasgação de seda, porque o jogo é simplesmente viciante. A cada corrida, eu sentia que estava diante de algo novo e fresco, principalmente graças a uma mecânica que transforma cada volta em uma surpresa.
Não existe narrativa, mas tudo bem!
Para não parecer que tudo aqui é perfeito, vamos tirar o único problema da frente: a narrativa. Ou melhor, a ausência dela. Diferente de outros jogos que tentam justificar cada detalhe com uma história elaborada, CrossWorlds não se preocupa em explicar como ou por que diferentes universos se encontram. Não existe um modo história, cutscenes ou qualquer progressão narrativa marcante. O máximo que recebemos são frases curtas antes das corridas, apresentando nossos rivais, algo divertido, mas que nunca se aprofunda.
Isso significa que você não vai encontrar aqui um “motivo” para estar correndo. Não há vilão central, não há conspiração ou sequer uma desculpa boba para amarrar os mundos. É simplesmente: entre na pista e se divirta. Para alguns jogadores, essa falta de contexto pode soar como uma limitação; para mim, foi apenas um detalhe que se perde no meio de tanta diversão. Afinal, a proposta do jogo é clara: o foco está na corrida em si, e não em contar uma grande história.
Apesar de ser o ponto mais fraco da experiência, vale dizer que ele não chega a atrapalhar. Sonic Racing: CrossWorlds abraça sem medo sua essência de jogo arcade: rápido, direto ao ponto e feito para ser divertido em qualquer situação.
A gameplay é pura diversão arcade
Se tem uma palavra que define Sonic Racing: CrossWorlds, é diversão. A jogabilidade é totalmente arcade, pensada para abraçar desde quem nunca jogou um game de corrida até os mais veteranos. Diferente de simuladores que punem cada deslize, aqui a filosofia é simples: corra, arrisque e se divirta. Se você fizer uma curva errada, não vai perder tantos segundos preciosos. Se exagerar no drift, ainda há espaço para corrigir e seguir adiante. Esse equilíbrio entre acessibilidade e competitividade foi, para mim, um dos grandes acertos.
As corridas seguem o formato clássico: até 12 jogadores em pistas de três voltas. Mas logo no começo já surge uma diferença interessante: antes de cada Grand Prix, o jogo apresenta um rival, e ele não é só mais um corredor, é alguém que vai te provocar com frases de efeito e tentar atrapalhar sua corrida a todo custo. É uma mecânica simples, mas funciona incrivelmente bem. Eu mesmo percebi que, mesmo quando estava focado em vencer a corrida, sempre dava um jeito de superar o rival, porque o jogo faz você querer derrotá-lo. Essa pitada de “competição pessoal” dá uma camada extra de emoção.

Itens e dinâmica de corrida
Assim como em outros jogos do gênero, os anéis estão espalhados pela pista. Ao coletá-los, sua velocidade máxima aumenta, mas perder o controle ou bater em obstáculos faz com que você os deixe para trás. É uma mecânica clássica de Sonic que foi adaptada com maestria aqui. Além disso, temos cápsulas de itens espalhadas pelo caminho, que oferecem um arsenal variado de ferramentas ofensivas e defensivas. Tem item para acelerar, para se proteger e, claro, para atacar os adversários, e a variedade deles mantém cada corrida imprevisível.
E é aqui que entra a cereja do bolo: a mecânica CrossWorlds. Durante as corridas,”Rings de Travessia’’ aparecem na pista, funcionando como portais dimensionais. O primeiro colocado tem o poder de escolher para onde todos os corredores serão transportados, levando a corrida para outro cenário completamente diferente. O mais impressionante é como isso acontece de maneira fluida, sem travamentos, sem quebras de ritmo. Um segundo você está atravessando o deserto e, no outro, está correndo em pleno espaço sideral. É caótico, é imprevisível e é genial. Essa mecânica sozinha já torna CrossWorlds único no gênero.
Veículos e customização
Outro ponto que me conquistou foi a variedade de carros que se transformam em barcos e aviões, e claro, os hoverboards estão de volta, em uma clara homenagem ao clássico Sonic Riders. Essa diversidade não só deixa as corridas mais dinâmicas, mas também resgata memórias de diferentes fases do ouriço azul.
E se os veículos já são variados, a customização eleva tudo a outro nível. É possível alterar cores, adesivos, rodas, frente e traseira do veículo. Além disso, existe a chamada “aura”, uma energia que emana do veículo. É puramente estética, mas deixa o visual incrível. A sensação de montar o seu próprio veículo, com estilo e personalidade, é extremamente gratificante. Some isso ao fato de que cada veículo pode ser equipado com dispositivos que afetam seu desempenho, e temos aqui um sistema que realmente valoriza o jogador.
Dificuldade e progressão de Sonic Racing: CrossWorlds
Sonic Racing: CrossWorlds oferece diferentes velocidades, que funcionam como níveis de dificuldade. Quanto mais alta a velocidade, mais desafiantes as corridas ficam, mas sempre de forma justa. Nunca senti que estava sendo punido injustamente. Pelo contrário: a progressão é bem natural, e a cada nível que você sobe, a emoção também aumenta.
Confesso que já passei horas e horas jogando e ainda não me cansei. Parte disso é porque sempre existe algo novo para buscar: uma pista inédita, uma nova combinação de veículos ou o personagem secreto, que só é desbloqueado após derrotar todos os rivais do jogo. Essa sensação de recompensa constante é o que mantém o jogo vivo.

Personagens: o coração da experiência
Um dos grandes trunfos de Sonic Racing: CrossWorlds está em seu elenco de personagens. A Sega não economizou: são 24 corredores no lançamento, incluindo os nomes clássicos que todo fã do Sonic espera. Mas o que mais me surpreendeu foi a ousadia em trazer convidados de outras franquias.
Já no lançamento temos figuras inesperadas, como a Hatsune Miku, e a Sega já confirmou que outros personagens inusitados chegarão futuramente, incluindo ninguém menos que o Bob Esponja. Parece maluquice? E é mesmo, mas é uma maluquice deliciosa. Essa mistura de universos deixa claro que o jogo não tem medo de abraçar a zoeira, o que só contribui para o clima divertido e caótico.
Os veículos, assim como mencionei antes, também refletem essa diversidade. Eles são divididos em categorias como Velocidade, Aceleração, Potência e Manuseio, o que incentiva o jogador a experimentar diferentes estilos de corrida. Além disso, é possível montar verdadeiras builds, combinando dispositivos que dão bônus específicos. Isso adiciona uma camada estratégica que vai agradar tanto os jogadores casuais quanto os mais competitivos.
Por fim, a Sega acertou em cheio ao apostar em conteúdo vivo. Existe um passe de temporada que desbloqueia personagens e pistas futuras, mas ao mesmo tempo há uma grande quantidade de conteúdo gratuito já programado. Isso significa que, mesmo sem gastar nada além do jogo base, você terá novidades constantes para explorar.
Sonic Racing: CrossWorlds é uma aula de Performance
Um jogo de corrida só funciona bem se tiver performance sólida, e felizmente Sonic Racing: CrossWorlds não decepciona nesse aspecto. O game oferece dois modos gráficos: Qualidade, travado em 30 FPS com foco no visual, e Performance, rodando a 60 FPS para máxima fluidez. Joguei nos dois e posso garantir: ambos cumprem o que prometem. Nos testes que fiz, não encontrei quedas de quadros, bugs ou travamentos. A experiência foi lisa, o que é essencial em corridas rápidas onde cada milésimo de segundo conta.
Visualmente, o jogo é um espetáculo. Os cenários são coloridos, detalhados e cheios de vida. Cada pista tem sua própria identidade, e a transição entre mundos durante a mecânica de CrossWorlds é impressionante. Não é só um efeito bonito: é um show à parte, com cores vibrantes e ambientes que mudam diante dos seus olhos. Mesmo em pistas mais caóticas, o jogo mantém a clareza visual, algo que mostra o cuidado da Sonic Team.
O modo online também é outro ponto forte. Fiz várias partidas e em nenhuma delas tive problemas de lag ou desbalanceamento. O matchmaking é rápido, e as corridas são justas, sempre mantendo aquela sensação de que você realmente tem chances de vencer. Para um jogo desse estilo, onde a competitividade online é parte fundamental da experiência, isso é um alívio enorme.

Som e trilha sonora: energia pura
Se os gráficos já impressionam, o som e a trilha sonora elevam tudo a outro patamar. A Sega sempre teve tradição em músicas marcantes, e aqui não é diferente. Cada pista tem sua própria música, vibrante e cheia de energia, que combina perfeitamente com a ação frenética das corridas.
É impossível não se empolgar quando uma corrida começa e aquele ritmo acelerado invade seus fones. A trilha não só embala a jogatina, como dá identidade a cada fase. Além disso, o jogo resgata sons clássicos da franquia Sonic, como o inconfundível barulho dos anéis sendo coletados ou o som da derrapagem do carro. Esses pequenos detalhes são um presente para os fãs antigos e criam um senso de nostalgia no meio de tanta novidade.
Outro ponto positivo foi a escolha do diretor musical Takahiro Kai, que trouxe um frescor para a trilha, sem perder a essência vibrante que já é marca registrada da série. Resultado: uma trilha sonora que fica na cabeça mesmo depois que você larga o controle.
Sonic Racing: CrossWorlds é um dos melhores jogos do ano
Depois de tantas horas jogando, posso afirmar sem medo: Sonic Racing: CrossWorlds é um dos jogos mais divertidos de 2025. Claro, o jogo não é perfeito. A ausência de uma narrativa mais elaborada pode decepcionar quem busca uma experiência cinematográfica, mas honestamente? Isso não pesa em nada no conjunto da obra. CrossWorlds não precisa de história para entregar aquilo que mais importa: diversão pura e imediata.
Entre a jogabilidade acessível, os rivais divertidos, a mecânica inovadora de CrossWorlds, a variedade de personagens e a personalização criativa dos veículos, temos um pacote que não só honra o legado de Sonic, como também amplia as fronteiras do que um jogo de corrida arcade pode ser.
Seja para jogar sozinho, competir com amigos no sofá ou encarar o mundo no online, esse é um título que garante horas e horas de diversão. Superou minhas expectativas de forma absurda e, para mim, já está no topo da lista dos melhores do ano.
Você já pode adquirir Sonic Racing: CrossWorlds, direto da Loja do Xbox por R$399,90.


















