Mafia: The Old Country marca um retorno ousado às raízes da série Mafia, abandonando o caos de mundo aberto de Mafia III em favor de uma experiência mais focada e narrativa. Ambientado na Sicília do início do século XX, o jogo transporta os jogadores para um tempo e lugar definidos por duras realidades, lealdades à máfia e sacrifícios pessoais. Como uma prequela da série, The Old Country acompanha Enzo Favara, um garoto criado nas minas de enxofre da Sicília, que eventualmente ascende à fama dentro da família criminosa de Don Torrisi.
O jogo mistura história com drama pessoal, proporcionando uma experiência profundamente imersiva, construída com base na narrativa, na atmosfera e na complexidade emocional.
No cerne de Mafia: The Old Country está sua história, que se sente ao mesmo tempo íntima e expansiva. Desde o início, o jogo mergulha os jogadores nas duras realidades da vida na Sicília do início dos anos 1900, contrastando o trabalho de Enzo nas implacáveis minas de enxofre com os rituais opulentos da vida mafiosa. Esta narrativa é meticulosamente elaborada, oferecendo um retrato raro e revigorante do crime organizado que se concentra não em sua glamourização, mas no preço brutal e muitas vezes desumanizador que ele cobra dos envolvidos. A jornada de Enzo de um humilde trabalhador a um membro confiável de uma família mafiosa é uma história de ambição, traição e sacrifício.
O cenário de San Celeste, uma região fictícia da Sicília, é igualmente cativante. O mundo parece rico em história e textura, desde as ruínas e vinhedos antigos até as ruas desgastadas de pequenas vilas. O design do ambiente parece autêntico, trazendo a época e o lugar à vida com um raro grau de atenção aos detalhes. Esta não é a Sicília de um turista, mas sim uma terra definida pela pobreza, superstição e resistência. Cada edifício, cada praça da vila e cada beco conta uma história. É um mundo que parece vivido e profundamente real, e a decisão de usar dublagem em língua siciliana aumenta ainda mais essa sensação de autenticidade. Com as vozes dos personagens baseadas em sua herança cultural, os jogadores são atraídos mais profundamente para a narrativa e o contexto histórico do jogo.
Mafia: The Old Country se desvia do design de mundo aberto mais expansivo de seus antecessores, optando por uma estrutura linear baseada em capítulos. Essa decisão pode decepcionar aqueles que apreciaram a liberdade de Mafia III, mas para aqueles que apreciam narrativas bem elaboradas, prova ser uma escolha eficaz. A linearidade do jogo garante que o foco permaneça diretamente na história, oferecendo uma experiência simplificada que é ao mesmo tempo eficiente e emocionalmente ressonante.
O combate em The Old Country é deliberado e metódico. A mecânica de tiro depende fortemente de táticas baseadas em cobertura, com cada arma — seja uma pistola, espingarda ou rifle — parecendo pesada e com precisão apropriada para cada período. A ausência de dispositivos modernos e eventos de tempo rápido confere à jogabilidade uma sensação mais realista, favorecendo combates mais lentos e táticos em vez de ação rápida. Embora essa abordagem possa não reinventar os jogos de tiro em terceira pessoa, ela proporciona um ritmo satisfatório que complementa o tom do jogo.
No entanto, o jogo falha em alguns aspectos. Duelos de facas, uma das mecânicas de combate corpo a corpo características do jogo, muitas vezes parecem superficiais e repetitivos. Esses encontros dependem de uma mecânica simples de defesa e contra-ataque, que, embora visualmente impressionante, oferece pouca profundidade estratégica. A falta de variedade nessas sequências pode prejudicar seu impacto, fazendo com que pareçam uma tarefa árdua em vez de um encontro tenso.
A mecânica de furtividade, embora presente, é igualmente limitada. Ao contrário de sistemas de furtividade mais refinados, The Old Country frequentemente pune os jogadores com o fracasso imediato da missão ao serem detectados. Essa abordagem rígida parece arcaica em comparação com os padrões modernos, e a falta de feedback ou ferramentas significativas para evasão pode levar à frustração. A ausência de pontos de controle bem posicionados agrava ainda mais esse problema, forçando os jogadores a repetir seções que parecem mais tediosas do que desafiadoras.
Por outro lado, a travessia é um ponto forte do jogo. Embora San Celeste possa não oferecer as paisagens extensas de Mafia III, seus ambientes ainda são vastos e cheios de vida. Os jogadores podem optar por percorrer o campo a cavalo ou em carros antigos, cada um oferecendo um ritmo e ritmo de exploração diferentes. A ausência de um minimapa contribui para a imersão, incentivando os jogadores a aprender o mundo da mesma forma que Enzo — por tentativa, erro e exploração.
Depois de jogar Mafia The Old Country por algumas horas, percebi que Hangar 13 havia reencontrado os pontos fortes da série. O enredo é, como já descrito, envolvente, cinematograficamente encenado e me leva, como fã, de volta a onde eu queria estar depois de Mafia 3. No entanto, existem alguns “mas”, e notei que o enredo parece previsível demais em alguns momentos e que certas sequências de missões se repetem com muita frequência. Quando vou de um lugar para outro, presencio um diálogo e volto pela terceira vez consecutiva, parece um pouco mecânico. Mas, para ser sincero, isso é reclamar bastante, porque a encenação ainda transmite esses momentos sem esforço e algumas coisas podem ser omitidas.
Visualmente, fiquei impressionado com a Unreal Engine 5. A iluminação, a apresentação dos materiais e a previsão fazem a Sicília parecer viva, e a riqueza de detalhes é de tirar o fôlego em alguns pontos. No final, apesar de algumas arestas, os pontos positivos superam claramente os negativos para mim. Apesar de todas as críticas, Mafia The Old Country é a prova para mim de que a Hangar 13 entendeu o que a série realmente é. Os poucos pontos de crítica não são motivo para eu gostar menos do jogo, mas são falhas sutis em um trabalho geral muito bem sucedido, algumas das quais certamente podem ser corrigidas.
Mafia: The Old Country é um exemplo de jogo que prioriza a narrativa. Ele abandona a jogabilidade extensa e aberta de seus antecessores em favor de uma experiência cinematográfica mais focada, que se aprofunda no custo humano da vida na máfia. É um jogo que leva seu tempo, deleitando-se com a atmosfera e a história em vez da ação acelerada ou das escolhas do jogador.
Embora sua linearidade e ocasionais falhas mecânicas possam alienar alguns, aqueles que apreciam jogos profundamente imersivos e narrativos encontrarão muito o que amar aqui. O jogo se destaca por sua representação da Sicília, sua profundidade histórica e sua ressonância emocional. The Old Country entrega uma história envolvente, excelentes personagens e atuações de cair o queixo. Mas escorrega ao oferecer uma gameplay simplória e um tanto arcaica. Para fãs da série Mafia e para aqueles que anseiam por um drama policial envolvente e envolvente, The Old Country é uma experiência essencial.
POSITIVO:
- História envolvente
- Personagens
- Atuações
- Ambientação
- Trilha sonora
NEGATIVO:
- Gameplay simplória
- Batalhas repetitivas
- Inteligência artificial