O Playstation confirmou através de uma nova vaga de emprego, que fará portabilidade dos seus jogos para outras plataformas de console como Xbox e Nintendo. No final, Phil Spencer estava certo, e o Xbox inovou com a nova tendência de mercado.
No episódio 94 do PodcastGAMER, mergulhamos fundo nesse tema. Quer entender os bastidores dessa narrativa distorcida e ouvir nossas opiniões? Confira o episódio completo: https://creators.spotify.com/pod/profile/opodcastgamer
A Microsoft Gaming, sob a liderança de Phil Spencer e Satya Nadella, redefiniu o conceito de exclusividade nos videogames. Desde o início da geração Xbox One, a empresa percebeu que o futuro não estava apenas em vender consoles, mas em criar um ecossistema acessível onde os jogadores pudessem desfrutar de seus títulos em qualquer dispositivo. Inovações como o Xbox Game Pass, o Xbox Play Anywhere (que permite cross-save e cross-buy entre Xbox e PC) e o Xbox Cloud Gaming estabeleceram a Microsoft como uma força disruptiva, priorizando alcance e acessibilidade em vez de exclusividade rígida.
Em 2024, a Microsoft chocou o mercado ao anunciar que jogos first-party, como Pentiment, Grounded, Hi-Fi Rush e Sea of Thieves, chegariam ao PlayStation 5 e Nintendo Switch. Mais tarde, títulos de peso como Forza Horizon 5 (que vendeu 2 milhões de cópias no PS5 em um mês) e Indiana Jones and the Great Circle reforçaram essa estratégia. A aquisição da Activision Blizzard por US$ 68,7 bilhões também ampliou o alcance de franquias como Call of Duty e Minecraft, mantidas multiplataforma para maximizar receita e engajamento.
A filosofia da Microsoft, como destacou Nadella, é “levar grandes jogos a mais pessoas em mais dispositivos”. Essa visão incluiu a expansão do Game Pass para PCs, dispositivos móveis e até TVs via Cloud Gaming, transformando o Xbox em uma plataforma de serviços, não apenas um console. A empresa também investiu em paridade de recursos entre Xbox Series X e S, garantindo uma experiência consistente, mesmo que isso tenha desafiado desenvolvedores terceiros, como a Larian Studios com Baldur’s Gate 3.
Críticas à Microsoft: Uma Revolução Mal-Entendida
Quando a Microsoft começou a levar seus jogos exclusivos a outras plataformas, enfrentou uma onda de críticas. Fãs do Xbox expressaram preocupação com a viabilidade de investir em um console se os jogos estariam disponíveis em outros sistemas. Artigos na mídia argumentaram que a estratégia parecia um “jogo de curto prazo para lucros”, potencialmente enfraquecendo o valor do hardware Xbox. Outros especularam que a Microsoft poderia até abandonar o mercado de consoles, pesado né?
A IGN e outros veículos destacaram a queda nas vendas do Xbox Series X|S, que em 2023 foi superado pelo PS5 em uma proporção de quase 3:1. Críticos apontaram que a Microsoft estava “desistindo da guerra dos consoles”, especialmente após o desempenho abaixo do esperado do Xbox One na geração anterior. Até mesmo a gestão de franquias icônicas, como Halo sob a 343 Industries, foi criticada por fãs, que sentiram que a série perdeu sua essência.
No entanto, o que muitos críticos não perceberam na época é que a Microsoft estava jogando um jogo de longo prazo. A empresa entendeu que os custos de desenvolvimento de jogos AAA (que podem ultrapassar US$ 200 milhões por título) exigem um público maior do que o de um único console. Ao levar jogos como Forza Horizon 5 ao PS5 e Sea of Thieves ao Switch, a Microsoft não apenas aumentou sua receita, mas também fortaleceu o Game Pass como um serviço indispensável, com crescimento de 45% ano a ano no PC.
Sony Segue o Líder: PlayStation no Xbox
Em 2025, a Sony deu um passo que poucos esperavam: anunciou planos para levar seus jogos first-party ao Xbox. Um anúncio de vaga na PlayStation, reportado pela Windows Central, revelou a criação de um cargo de “Senior Director of Multiplatform & Account Management”, com foco em expandir seus títulos para plataformas rivais, incluindo Xbox e Steam. Essa mudança foi confirmada por Hiroki Totoki, presidente interino da Sony Interactive, que destacou a necessidade de aumentar margens de lucro em um mercado onde os custos de desenvolvimento estão disparando.
A Sony já havia experimentado a multiplataforma com jogos como Helldivers 2, lançado simultaneamente no PS5 e PC, e títulos menores, como Patapon, no Nintendo Switch. O sucesso de Helldivers 2 no PC, superando até mesmo o desempenho no PS5, sinalizou que a Sony poderia lucrar mais ao atingir um público maior.
Essa mudança marca uma reviravolta irônica. Durante a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft, a Sony expressou preocupações de que jogos como Call of Duty se tornassem exclusivos do Xbox, levando a Microsoft a garantir sua disponibilidade no PlayStation por pelo menos 10 anos. Agora, a Sony está adotando a mesma estratégia que criticou, reconhecendo que a exclusividade total não é mais sustentável em um mercado dominado por serviços e jogos como serviço (games-as-a-service), como Fortnite e Minecraft.
O Futuro dos Jogos Multiplataforma
O movimento da Microsoft e da Sony rumo ao multiplataforma sinaliza uma transformação profunda na indústria dos videogames. Como Phil Spencer previu em 2024, “nos próximos cinco a dez anos, jogos exclusivos para um único hardware serão uma parte cada vez menor da indústria”. Essa visão está se concretizando, impulsionada por fatores como:
- Custos Crescentes de Desenvolvimento: Jogos AAA exigem investimentos massivos, e atingir múltiplas plataformas maximiza o retorno financeiro. A Sony, que já removeu títulos como Horizon: Zero Dawn do PS Plus sem explicação, está buscando novas fontes de receita.
- Mudança no Comportamento dos Jogadores: A nova geração, como destacado pela BBC, não tem lealdade a marcas específicas. Crianças jogam Minecraft em qualquer dispositivo disponível, e os jogadores adultos valorizam conveniência e acessibilidade acima de fidelidade a um console.
- Crescimento dos Serviços: O Game Pass e o PS Plus estão no centro dessa revolução. A Microsoft já provou que serviços de assinatura podem coexistir com vendas tradicionais, e a Sony está começando a explorar isso, especialmente com jogos de serviço ao vivo como Helldivers 2.
- Colaboração Inédita: A parceria entre Microsoft e Sony em 2019 para desenvolver soluções de cloud gaming já indicava que as empresas poderiam trabalhar juntas contra ameaças maiores, como Google Stadia e Amazon Luna. Essa colaboração pode evoluir para uma integração mais profunda, como o Game Pass no PS5, algo que Phil Spencer já expressou interesse, embora a Sony permaneça cautelosa.
No entanto, o futuro não será sem desafios. Fãs de PlayStation, como visto em fóruns do Reddit, expressam preocupação com a diluição da identidade da marca, enquanto os fãs do Xbox temem que o foco no multiplataforma enfraqueça o hardware. A Nintendo, por sua vez, continua sendo uma exceção, mantendo seus jogos como Zelda e Mario exclusivos, graças a uma base de fãs leal e ao sucesso do Switch.
A Microsoft abriu o caminho para um futuro onde os jogos não estão presos a um único console, e a Sony, antes crítica dessa abordagem, agora segue o líder. O sucesso de Forza Horizon 5 no PS5 e os planos da Sony para levar seus títulos ao Xbox mostram que a exclusividade está cedendo espaço à colaboração e à maximização de alcance. Para os fãs do Xbox, isso significa que o Game Pass Ultimate continua sendo a melhor opção, oferecendo acesso a um catálogo vasto, incluindo jogos da Sony, no console, PC ou nuvem. Para os fãs do PlayStation, é uma chance de jogar títulos da Microsoft sem abandonar seu console preferido.
Como eu sempre disse “a Sony parou no tempo” – agora, ela corre para alcançar o líder. Qual será o próximo grande jogo a cruzar as fronteiras? E como os jogadores vão abraçar esse novo mundo sem muros? Deixe sua opinião nos comentários e junte-se à revolução dos games!